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Domingo, 10 Julho 2016 21:00

Rumo ao Acordo de Paris

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A mudança do clima representa um desafio crucial em escala global e só poderá ser resolvido pelo processo multilateral. O Brasil apoia firmemente o regime internacional estabelecido nos termos da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e está comprometido para fortalecê-lo, contribuindo com os seus esforços para negociar um acordo que seja juridicamente vinculante, universal, equitativo, equilibrado e ambicioso, tendo como objetivos principais manter as temperaturas médias globais não mais do que 2°c acima dos níveis pré-industriais e de orientar a comunidade global para uma trajetória de desenvolvimento sustentável. Após uma série de rodadas de negociações, em preparação para a 21ª sessão da Conferência das Partes (COP), a última sessão, realizada em Bonn em outubro passado, resultou em uma proposta de texto aprimorada que será o ponto de partida para o Acordo de Paris. Restam, no entanto, uma série de questões a serem negociadas durante a COP-21. Com a chegada da COP-21, que ocorre em Paris, França, entre 30 de novembro e 11 de dezembro, trazemos um panorama das expectativas do Brasil sobre alguns dos principais pontos a serem negociados antes que o mundo possa alcançar o aguardado Acordo de Paris. O novo acordo deve respeitar o princípio das responsabilidades comuns porem diferenciadas, um dos princípios basilares da Convenção. Contribuições históricas para a mudança do clima precisam ser levadas em conta para definições relativas a aspectos fundamentais, como o financiamento para os países em desenvolvimento e a transferência de tecnologia. Alinhado a essa visão, o Brasil defenderá a abordagem de diferenciação concêntrica. Outro elemento importante para o Brasil será a definição de ciclos quinquenais para revisão e atualização das metas estabelecidas pelas Partes em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas. Isso permitirá que os países avaliem o progresso obtido na implementação de seus planos e a fixação de metas mais ambiciosas de redução de emissões. Em setembro de 2015, o governo brasileiro deu uma demonstração clara de sua determinação para contribuir com a mitigação e a adaptação à mudança do clima. A Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada (INDC, na sigla em inglês) do Brasil definiu metas de redução de emissões gases de efeito estufa absolutas para o conjunto da economia da ordem de 37% em 2025 e 43% até 2030 na comparação com o nível registrado em 2005. Esta importante contribuição foi definida levando em consideração os desafios interligados que o Brasil deve enfrentar relacionados ao crescimento populacional, à inclusão social e à expansão do acesso à energia. O Brasil também está determinado a contribuir com ações que vão além da mitigação, isso ocorrerá sobretudo na forma de cooperação Sul-Sul, com apoio técnico e capacitação para outros países em desenvolvimento. Num contexto em que ações no setor de mudança do uso da terra e florestas serão fundamentais para o atingimento dos objetivos definidos para 2025 e 2030, o Brasil adotou REDD+ como um meio para a implementação da sua INDC. O País espera que o acordo a ser firmado durante a COP-21 fortaleça o apoio aos pagamentos por resultados e que, assim, possa tornar as ações de REDD+ ainda mais efetivas. O Brasil foi o primeiro país a iniciar a implementação do Marco de Varsóvia para REDD+. Em setembro de 2015, o processo de verificação dos resultados de REDD+ alcançados no bioma Amazônia foi concluído com êxito, atestando a redução de emissões da ordem de 2,9 Gt CO2e entre 2006 e 2010. Um resultado que, sem dúvida, representa uma importantíssima contribuição para a mitigação da mudança do clima nesse período.

Fundo Amazônia receberá cerca de US$ 600 milhões do governo norueguês para conservação da floresta brasileira Os governos do Brasil e da Noruega decidiram hoje prorrogar a sua parceria nas áreas de clima e florestas até 2020, elevando a ambição de redução do desmatamento e da degradação florestal, em linha com as metas anunciadas pelo Brasil. Nesta nova etapa serão investidos cerca de US$ 600 milhões em doações do governo norueguês para o Fundo Amazônia. A primeira fase dessa parceria baseada em resultados, em vigor desde 2008, representou uma contribuição de US$ 1 bilhão por parte da Noruega ao Fundo Amazônia brasileiro, em reconhecimento pela expressiva redução pelo Brasil do desmatamento na sua região amazônica. Essa parceria foi recentemente descrita pelo secretário geral das Nações Unidas, Ban-Ki Moon, como “um exemplo excepcional do tipo de colaboração internacional de que precisamos para assegurar a sustentabilidade futura de nosso planeta”. A presidenta Dilma Rousseff declarou que “a iNDC do Brasil representa o primeiro compromisso de um grande país em desenvolvimento para a redução absoluta de suas emissões, aplicável à toda a economia, o que representa um sinal político de importância maior para a resposta global à mudança do clima. Estamos reforçando o nosso compromisso com uma economia de baixo carbono baseada em agricultura sustentável, energia renovável, restauração florestal e reflorestamento, e com a eliminação  do desmatamento ilegal. Tudo para reduzir emissões, e, o que é mais importante, para atingir nossa meta de reduzir a probreza e melhorar a vida de milhões dos nossos compatriotas. O Fundo Amazônia e o apoio do povo norueguês estão na essência da realização desta meta". "As reduções do desmatamento da Amazônia no Brasil estão entre os mais importantes esforços da última década nas áreas de mudança do clima e desenvolvimento sustentável. Estamos orgulhosos em ter o Brasil como parceiro desde 2008 e encantados de prorrogar esta parceria até 2020. Junto com nossos parceiros alemães, fazemos isto em reconhecimento pelos impressionantes resultados do Brasil alcançados até o momento e por causa de suas admiravelmente elevadas ambições para o futuro. Dado o desempenho do Brasil na consecução desses objetivos, manteremos nosso apoio financeiro nos níveis atuais  até 2020”, afirmou a primeira ministra norueguesa Erna Solberg. As contribuições norueguesas na fase II da parceria continuarão a ser feitas inicialmente a partir do mecanismo baseado em resultados do Fundo Amazônia. O Brasil reconhece a necessidade de fazer a transição, por meio de procedimentos estabelecidos pela CQNUMC, para um nível de referência nacional que também inclua degradação florestal, no período de 2017-2018. A Noruega aplaude esta meta e, após completada essa transição, fará suas contribuições baseadas nos novos procedimentos. Monitoramento, relatórios e verificação de resultados serão consistentes com as diretrizes da CQNUMC. A comunidade científica brasileira tem mostrado liderança nas áreas de mudança do clima e uso do solo. Comprometemo-nos, conjuntamente,  a considerar a melhor ciência disponível para informar e sustentar a melhoria continua dos nossos compromissos e sua implementação. "A provisão de apoio adequado e previsível para redução de emissões originadas de desmatamento e degradação florestal baseada em resultados em países em desenvolvimento (REDD+) requer a implementação de salvaguardas ambientais, sociais e fiduciárias internacionalmente reconhecidas”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. “Para o Brasil, isto tem importância fundamental, e temos a intenção de produzir relatórios anuais para a CQNUMC sobre a eficiência na implementação dessas garantias, com início em 2016.” As contribuições norueguesas continuarão sendo feitas por meio do Fundo Amazônia – ou por outros canais que ambos países considerem apropriados. O Fundo Amazônia é administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do Brasil e tem uma estrutura de governança inovadora que consiste em representantes de estados da região amazônica, vários ministérios, o próprio BNDES e a sociedade civil. Todos os projetos apoiados pelo Fundo Amazônia fazem parte do plano para redução do desmatamento do Brasil, ao mesmo tempo em que promovem o desenvolvimento sustentável na região amazônica. O apoio inclui desde populações indígenas, que são prioridade para o Fundo, o desenvolvimento de atividades econômicas baseadas no uso sustentável da floresta, até o cumprimento do Código Florestal. O Fundo Amazônia atualmente apoia 75 projetos, num total de US$ 546 milhões. "O sucesso do modelo de pagamento por resultados na redução do desmatamento indica que, para fazer face aos desafios impostos pela mudança do clima, precisamos de mecanismos inteligentes e robustos que possam funcionar com agilidade e escala", comentou o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. "Somente com o apoio contínuo da sociedade brasileira e da comunidade internacional será possível continuar patrocinando este ambicioso projeto de construção de um novo modelo de desenvolvimento que alinha a conservação da floresta com a melhoria das condições de vida das pessoas que vivem e produzem na floresta". "O Fundo Amazônia, enquanto mecanismo baseado em resultados, criado e gerido por um único país, constitui um exemplo notável para a cooperação internacional nas áreas de mudança do clima e desenvolvimento sustentável", segundo a ministra do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Tine Sundtoft. "Sempre haverá desafios para aqueles que abrem caminho, mas o Fundo tem apresentado uma evolução e um progresso impressionantes nos seus sete anos de existência, e estamos confiantes de que seu desempenho continuará a melhorar, e sua relevância para os esforços do Brasil na redução do desmatamento, em combinação com o desenvolvimento sustentável, continuará a crescer." Brasil e Noruega compartilham o compromisso de alcançar um acordo ambicioso sobre o clima em Paris, que inclua provisões que apoiem a implementação continuada do REDD+, conforme definido pelas decisões relevantes no âmbito da Convenção. Os dois países explorarão a possibilidade de estender sua parceria para além de 2020, à luz do acordo de Paris. "A liderança global do Brasil nas áreas de clima e floresta – e sua contribuição para a cooperação Sul-Sul – são merecedoras de elogio,” afirmara a ministra Sundtoft. "O Brasil já está compartilhando experiências e ajudando a construir capacidades para a implementação do REDD+ na região amazônica, e em breve também na bacia do rio Congo. Esperamos ver o Brasil continuar a demonstrar liderança e ampliar a escala de suas parcerias Sul-Sul." A experiência na Amazônia brasileira na última década demonstra que melhorias na proteção da floresta e na produção agrícola podem avançar concomitantemente, e com as mesmas condições geográficas, com enormes benefícios para o clima e o desenvolvimento. Esse novo paradigma de “produção e proteção” está no cerne do desenvolvimento econômico rural sustentável e pode ser reproduzido em muitas das regiões florestais do mundo – conectando conservação, restauração de áreas agrícolas e florestais, e intensificação dos sistemas produtivos de baixo carbono. O Brasil e a Noruega trabalharão juntos – inclusive com colaboração da Alemanha e outras parcerias com o setor público, o setor privado e parcerias público-privadas, para ajudar a impulsionar essa agenda no âmbito global. No Brasil, isso incluirá encontrar mecanismos para direcionar financiamento para a intensificação da agricultura de baixo carbono e para a restauração florestal, e para incentivar a conservação florestal em propriedades privadas que, de outra forma, poderiam ser legalmente desmatadas. “O Brasil tem sido exitoso no controle do desmatamento na Amazônia. Para garantir a manutenção de taxas baixas de desmatamento, estamos implementando políticas tais como o novo Código Florestal, uma das mais importantes reformas microeconômicas no Brasil em anos recentes", lembra o ministro da Fazendo do Brasil,  Joaquim Levy. O Código traz transparência, alinha incentivos e estimula investimentos para a agricultura, produção de alimentos e restauração florestal no País. A transição para uma economia de baixo carbono no Brasil implica transformações estruturais que abrem novas fronteiras para mudanças tecnológicas e inovações em áreas como fontes limpas de energia, conservação de energia e mobilidade urbana, fazendo da economia verde parte integral de nossa estratégia de crescimento e desenvolvimento. “O uso da terra e dos recursos naturais continuarão a desempenhar papel fundamental para o crescimento econômico do Brasil. Para manter um desenvolvimento sustentável que também proteja ecossistemas de alto valor para as gerações futuras, reduza emissões e traga benefícios econômicos e sociais para milhões de agricultores, estamos construindo novas fundações de produção e proteção para o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental futuros», ressaltou a ministra Izabella Teixeira. Acesse aqui a íntegra da declaração conjunta

Líderes mundiais reconhecem contribuição significativa para o desenvolvimento sustentável.

Por: Marta Moraes – Editor: Marco Moreira  

Chefes de governo e ministros dos principais países com florestas e nações parceiras se uniram nesta segunda-feira (30/11) na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP21), em Paris, para apresentar uma visão para as florestas e os impactos formados pelas alterações do tempo.
Durante o evento, foi firmado o compromisso para se adotar medidas urgentes, de forma coletiva, para promover o desenvolvimento econômico rural equitativo e, ao mesmo tempo, abrandar, deter e reverter o desmatamento, aumentando de forma significativa a restauração florestal.
PIONEIRISMO
A visão foi apoiada pelo Brasil, Austrália, Canadá, Colômbia, República Democrática do Congo, Etiópia, França, Gabão, Alemanha, Indonésia, Japão, Libéria, Noruega, Peru, e Estados Unidos. Essa é uma reunião pioneira dos líderes especificamente sobre as florestas. A sessão foi coordenada pela secretária-geral da Organização das Nações Unidas para as Alterações Climáticas e ex-presidente da Irlanda, Mary Robinson. Segundo o documento assinado pelos líderes, mais de 1 bilhão de pessoas dependem diretamente das florestas para sua subsistência e o restante, aproximadamente seis bilhões de pessoas, dependem das florestas de forma indireta para uma variedade de benefícios econômicos, sociais e ambientais, tais como os de chuva, a biodiversidade, os polinizadores, armazenamento de carbono e água limpa, entre outros. As florestas também desempenham um papel fundamental para muitos países na sua capacidade de se adaptar a um clima em mudança. O documento afirma ainda que milhões de hectares de floresta são perdidos a cada ano em todo o mundo e que é possível proteger e restaurar florestas, garantir a segurança alimentar e promover o desenvolvimento de forma sustentável e  equitativa. Íntegra do documento - english version
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) - (61) 2028.2265

Presidenta Dilma Rouseff destaca o papel de REDD+ nos esforços brasileiros para o combate a mudança do clima
A presidenta Dilma Rouseff discursou hoje na abertura da 21ª Conferencia das Partes (COP21) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que está sendo realizada em Paris, França. A presidenta destacou os avanços que o País tem obtido, nos últimos 10 anos, no controle do desmatamento na Amazônia e os resultados de mitigação de Mudança do clima associados, destacou ainda o papel que a Estratégia Nacional de REDD+ deve ter para que o Brasil siga avançando com políticas para a redução de emissões por desmatamento e degradação florestal, incluindo o papel da conservação florestal, do manejo sustentável de florestas e do aumento dos estoques de carbono florestal (REDD+) e aspectos relacionados presentes na Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada (INDC, na sigla em inglês) apresentada pelo Brasil, como as metas de se eliminar o desmatamento ilegal na Amazônia e a de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares até 2030. A presidenta também discorreu brevemente sobre pontos que o Brasil considera fundamentais para que se chegue a um acordo bem sucedido em Paris. O caráter juridicamente vinculante, a questão da responsabilidade comum, mas diferenciada entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento e a previsão de revisões quinquienais para as metas nacionais de redução de emissões foram os principais pontos destacadas.
Clique nos links para acessar o discurso na íntegra:
Vídeo ou Audio

Ato do poder público cria a comissão responsável por coordenar, acompanhar e monitorar a implementação da Estratégia Nacional para REDD+ O Brasil busca o reconhecimento no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) de seus esforços nacionais de redução das emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento e degradação florestal; incluindo o papel da conservação florestal, do manejo sustentável de florestas e do aumento dos estoques de carbono florestal (REDD+). Para receber pagamentos por resultados REDD+ o Brasil deverá, entre outros requisitos, apresentar sua Estratégia Nacional para REDD+ e designar sua entidade nacional ou ponto focal nacional para comunicação com a Convenção-Quadro. O Diário Oficial da União publicou, em sua edição de 27 de novembro de 2015, o Decreto Nº 8.576/2015, que cria a Comissão Nacional para REDD+ (atribuindo a sua presidência o papel de entidade nacional para REDD+ do Brasil) e delega à Ministra de Meio Ambiente a prerrogativa de aprovar a Estratégia Nacional para REDD+. A publicacao desse decreto foi mais um passo fundamental para que o Brasil obtenha o reconhecimento de seus resultados de redução de emissões provenientes do desmatamento alcançados no bioma Amazônia entre 2006 e 2010 (2.91 Gt CO2e) a partir de sua inserção no Lima Information Hub. A Estrategia Nacional para REDD+ (ENREDD+) do Brasil foi elaborada a partir de um amplo processo que envolveu diferentes setores da sociedade entre 2010 a 2014. Em 2015, com o documento já em fase de tramitação no Poder Executivo Federal, o Ministério do Meio Ambiente intensificou o diálogo com sociedade civil, governos estaduais e representantes indígenas em uma série de reuniões para alinhamento sobre REDD+ na UNFCCC e sobre a ENREDD+. A implementação da ENREDD+ sera feita por meio da Comissão Nacional para REDD+ (CONAREDD+) a partir de uma estrutura de gestao participativa e eficiente. A CONAREDD+ será pautada por Câmaras Consultivas Temáticas (CCTs) compostas por especialistas da sociedade civil e entidades públicas. Esses serão espaços especifcos para debate qualificado e construção coletiva de subsídios à Comissão Nacional. Espera-se um engajamento ativos de todos os setores da sociedade nessas Câmaras. Importante salientar que a instituição da CONAREDD+ e a posterior publicação da ENREDD+ são apenas o começo da institucionalização do tema REDD+ no Brasil. Há muito a evoluir no âmbito das CCTs, em temas como salvaguardas, pacto federativo e distribuição de benefícios. Inclusive, uma das atribuições da CONAREDD+ é prover a revisão regular da ENREDD+, permitindo que seu conteúdo acompanhe o desenvolvimento do tema. Nessa etapa, a participação da sociedade continuara sendo um elemento chave para o sucesso da implementação de REDD+ no Brasil.
Mais informações sobre a Estratégia Nacional para REDD+.

Domingo, 10 Julho 2016 21:00

Desmatamento registra terceira menor taxa

Prodes 2014/2015 revela aumento de 16%. Ministra cobra compromissos de Mato Grosso, Amazônia e Rondônia, os que mais desmataram.  

Por: Paulenir Constâncio – Editor: Marco Moreira Apesar do acréscimo de 16% registrado de julho de 2014 a agosto de 2015, as taxas de desmatamento da Amazônia se mantiveram dentro da barreira dos 5 mil km2. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou, no período, a terceira menor taxa de desmatamento da série histórica do Prodes, sistema que monitora o bioma por satélite desde 1998.  Os números foram anunciados nesta quinta-feira (26/11), em Brasília, pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. A área desmatada foi de 5.831 Km2, contra 5.012 Km2 no período anterior. Amazonas, com 54% de aumento nas taxas de desmatamento, Mato Grosso, que elevou em 40% e Rondônia, com 41% lideraram a lista dos que mais desmataram. Os aumentos levaram o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a notificar os três Estados para apresentarem, em 60 dias, os dados do desmatamento autorizado. Confrontando com os dados do Inpe, as autorizações permitirão com que o órgão possa impor as sanções previstas às áreas desmatadas ilegalmente.
MODERNIZAÇÃO
“É incompreensível, pois esses Estados receberam R$ 220 milhões do governo federal para modernizar seus sistemas de licenciamento e fiscalização e agora apresentam esse resultado”, afirmou Izabella Teixeira. “Temos que ver o aconteceu.” Ela telefonou para os três governadores para cobrar os compromissos assumidos. Mato Grosso e Amazonas já se comprometeram a fazer o levantamento. “Ao receber os números liguei imediatamente para eles, que disseram também não entender”, disse. Análise preliminar dos técnicos do Ministério do Meio Ambiente revela que as novas áreas desmatadas estão vinculadas a expansão da pecuária, na maior parte, e da agricultura nesses Estados, afirmou a ministra.  “Está ocorrendo uma mudança no perfil das áreas desmatadas: Antes havia um desmatamento pulverizado. mas agora estão desmatando em grandes áreas”, acrescentou.   O mapa do desmatamento nesses Estados mostra, também, um acréscimo na supressão de vegetação no entorno de áreas protegidas, principalmente terras indígenas. “É indício de esquentamento de madeira", avaliou a ministra. A estratégia, comum no desmatamento ilegal, consiste em autorizar uma área e desmatar além do permitido.
FISCALIZAÇÃO
Dados da fiscalização do Ibama demonstram um acréscimo de 31% no esforço de fiscalização do órgão. Mesmo assim, áreas não consolidadas estão sendo convertidas com desembargos administrativos e judiciais no Mato Grosso. Ao longo da BR-163, que liga Cuiabá a Santarém, a liberação de áreas embargadas é preocupante, segundo avaliou a ministra. Com isso, polígonos submetidos a queimadas acabam contabilizados  como se fossem áreas consolidadas. Pelo novo Código Florestal,  apenas aquelas cuja destinação foram mudadas antes de  2008, dependendo do caso,  podem ser estão livres de multas e embargos.   Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – (61) 2028.1165

Representantes da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA participaram de reuniões com representantes de povos indígenas para tratar do tema REDD+.
No dia 17 de novembro, o MMA apresentou o contexto das negociações internacionais sobre REDD+ e o posicionamento do governo brasileiro para o Comitê Indígena de Mudanças Climáticas. No dia 18, o mesmo tema foi pauta da 7ª reunião do Comitê Gestor da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), que possibilitou uma discussão mais ampla. O MMA destacou o histórico da construção da Estratégia Nacional para REDD+ (ENREDD+) e a participação de representantes indígenas no processo. Também ressaltou que representantes indígenas serão essenciais para a implementação da ENREDD+, com participação ativa nas instâncias de governança previstas na estratégia. “A participação dos indígenas é extremamente importante na implementação da ENREDD+: no monitoramento das salvaguardas de Cancun, como beneficiários de recursos de REDD+ e também na interação com as iniciativas estaduais”, disse Monique Ferreira, analista ambiental da Gerência de Mudança do Clima e Florestas. “Estamos alinhados às visões dos povos indígenas sobre REDD+, fruto desse processo de interação que deve continuar em 2016” disse Leticia Guimarães Gerente de Mudança do Clima e Florestas após a apresentação da carta dos povos indígenas para a COP21, elaborada por representantes da APIB.

Texto base está pronto e será colocado em pauta para negociação e posterior aprovação na COP 21.

 

Por: Lucas Tolentino - Editor: Marco Moreira
O País entra otimista na reta final para a negociação do futuro acordo para frear o aquecimento global. Um dos líderes da delegação brasileira, o embaixador José Antonio Marcondes de Carvalho declarou, nesta quinta-feira (12/11), estar confiante de que a 21ª Conferência das Partes (COP 21) termine com o consenso geral de cortar o carbono das economias ao redor do mundo. A cúpula ocorrerá, em Paris, nas duas primeiras semanas de dezembro. O texto base do futuro acordo está pronto e será colocado em pauta para negociação e posterior aprovação na COP 21. Apesar de não ter agradado a todos, o rascunho mobilizou os 195 países da Convenção sobre Mudança do Clima das Nações Unidas. “O importante é que está havendo a apropriação do debate por parte das nações”, avaliou Marcondes. “Há sinais encorajadores dos atores envolvidos no processo.”
METAS NACIONAIS
Até agora, 160 países apresentaram as metas nacionais (INDC, na sigla em inglês) de corte de emissões de gases de efeito estufa. Juntas, elas devem ser capazes de limitar o aumento da temperatura média da Terra a até 2°C. “A maioria reagiu maciçamente e já apresentou as próprias contribuições para conter o aquecimento global”, observou o embaixador. “É um movimento positivo que sinaliza bons resultados para Paris”. Para impulsionar as negociações, a conferência terá um segmento de alto nível com presidentes, chanceleres e primeiros-ministros. Até agora, 117 chefes de Estado confirmaram presença na abertura oficial, marcada para o próximo dia 30. A presença dos líderes de governo tem o objetivo de incentivar os diplomatas e negociadores a estabeleceram um acordo robusto e alinhavado com os próprios interesses ao fim da COP 21. O Brasil ocupará posição de destaque na cúpula. O diretor de Meio Ambiente do Itamaraty, ministro José Raphael de Azeredo, destacou que a proposta brasileira tem sido acolhida de maneira positiva nas rodadas técnicas anteriores à Conferência. “O País chega à COP 21 com grande credibilidade. A nossa INDC foi bem recebida e propõe a redução absoluta de emissões em todo o escopo da economia”, afirmou. “A sociedade brasileira está muito engajada no tema.”  
SAIBA MAIS
Apesar de considerado natural, o efeito estufa tem aumentado nas últimas décadas e gerado as mudanças do clima. Essas alterações são fruto do aumento descontrolado das emissões de substâncias como o dióxido de carbono e o metano. A liberação desses gases na atmosfera ocorre por conta de diversas atividades humanas, entre elas o transporte, o desmatamento, a agricultura, a pecuária e a geração e o consumo de energia. Com o objetivo de frear os prejuízos verificados, foi criada a Convenção sobre Mudanças do Clima das Nações Unidas (UNFCCC, na sigla em inglês), que conta com 195 países signatários. Todos os anos, representantes de todas essas nações se reúnem na Conferência das Partes (COP) para elaborar metas e propostas de mitigação e adaptação e para acompanhar as ações e acordos estabelecidos anteriormente.

Firmado em 1997 no âmbito da UNFCCC, o Protocolo de Kyoto obriga os países desenvolvidos a diminuir em 5% as emissões com base nos dados de 1990. Mesmo estando fora desse grupo, o Brasil assinou voluntariamente o documento e definiu metas próprias de redução. O Protocolo vigora até 2020, quando será substituído pelo acordo que as Partes pretendem assinar no fim deste ano, na COP 21, em Paris.
Para o período pós-2020, o Brasil se comprometeu a reduzir 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2025 e 43%, até 2030. Ambas as metas são comparadas aos níveis registrados em 2005. Para isso, o governo federal pretende assegurar 45% de fontes renováveis, incluindo as hidrelétricas. Há, ainda, a previsão de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de vegetação em território nacional, além de acabar com o desmatamento ilegal. Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA - (61) 2028.1165)

Reunião em Brasília convidou todos os Estados da federação para discutir os rumos das políticas de mudança do clima e florestas no Brasil
Foi realizada no dia 5 de novembro, em Brasília, a reunião entre governo federal e Estados, com objetivo de tratar do
tema Mudança do Clima e Florestas: instrumentos econômicos para a conservação e a preparação do Brasil para a COP-21. A reunião é continuidade ao processo de interlocução do MMA com secretarias de estado de meio ambiente sobre mudança do clima e florestas. Diferente das etapas anteriores, organizadas por bioma, essa oportunidade teve convite estendido a representantes de todos os estados. O conteúdo da reunião abrangeu os temas agenda florestal, a Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada (iNDC) do Brasil, preparação para a COP-21 instrumentos econômicos alinhados a políticas de mudança do clima e exemplos de contribuição dos Estados no tema. As discussões buscaram salientar a necessidade de alinhamento de ações nas esferas federal e estadual, trazendo elementos de convergência entra as diferentes políticas. Na abertura, o secretário-executivo do MMA, Francisco Gaetani, falou sobre a importância de as questões relacionadas à mudança do clima, à economia e ao desenvolvimento serem consideradas de forma mais integrada. Os secretários de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental Carlos Klink e de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável Carlos Guedes também trataram da integração como o objetivo para otimizar as políticas públicas. Klink mencionou que o Brasil tem um grande desafio para cumprir a ambição de sua iNDC e deve contar com parceiros estratégicos. Mencionou também a relevância da ambição brasileira, frente aos compromissos apresentados por outros países, conforme análise das iNDCs disponibilizada pela UNFCCC. Guedes salienta a necessidade de considerar os povos no território como parte fundamental do alinhamento de políticas. As apresentações de representantes do governo federal buscaram trazer aos participantes o estado atual das principais políticas públicas para o território nacional. Klink detalhou características da iNDC brasileira e como ela demandará um trabalho de coordenação não apenas da agenda florestal, mas de vários setores (indústria, financeiro, ONGs, sociedade civil, academia etc.). Ana Luíza Champloni e Marco Aurélio Araújo, ambos do Ministério da Fazenda, expuseram em alguns slides como instrumentos econômicos buscam catalisar ações propostas pelas políticas públicas de clima e quais os principais desafios. Na sessão de perguntas e respostas, foram exploradas questões referentes a financiamento para PSA, incentivos econômicos direcionados aos diferentes setores da economia, aspectos relacionados ao processo de acreditação de entidades nacionais pelo GCF e abordagem nacional para a questão da distribuição dos recursos angariados com pagamentos por resultados de REDD+. As apresentações de representantes de secretarias de estado de meio ambiente tiveram foco em iniciativas consolidadas, o que foi útil para debater sobre formas de harmonizar entendimentos e explorar opções para o alinhamento de políticas. Pelo Estado do Acre, Alberto Tavares fez apresentação sobre o Programa ISA Carbono, iniciativa de REDD+ jurisdicional firmada entre o Estado e o KfW, banco de fomento do governo Alemão. A apresentação cobriu detalhes sobre a alocação dos recursos, o arranjo institucional etc. A sessão de perguntas e respostas abordou sobretudo questões relacionadas à abordagem jurisdicional para REDD+ (não adotada pelo Brasil, como foi reforçado pelos representantes do governo federal) e seus possíveis desdobramentos jurídicos no âmbito da UNFCCC. Nessa oportunidade se tratou também da divisão de benefícios provenientes de pagamentos por resultados de REDD+ entre entes federativos no contexto da Estratégia Nacional de REDD+. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Paraná trouxe informações sobre iniciativas de pagamentos por serviços ambientais (PSA), uma vez que foi o primeiro estado a ser apoiado pela Agência Nacional de Águas (ANA) no projeto Produtor de Água. O detalhamento de ações sobre três bacias permitiu explorar questões como articulação com parceiros e emprego dos recursos disponíveis. Pelo Estado do Rio de Janeiro, Denise Rambaldi apresentou aos participantes a iniciativa do Fundo Mata Atlântica, criado em parceria com o Funbio, e destinado a catalisar o emprego de recursos oriundos de compensação ambiental. Foram detalhados aspectos da aplicação dos recursos, com foco na implementação de unidades de conservação no território do RJ. No final do dia, pelo Ministério das Relações Exteriores, Felipe Ferreira trouxe a posição do Brasil sob a UNFCCC e elucidou sobre as expectativas acerca da COP-21, que ocorrerá em Paris a partir do dia 25 de novembro. "O momento é de grandes oportunidades e desafios para as políticas de mudança do clima e florestas", como concluiu Leticia Guimarães pelo MMA. A estratégia é estreitar o diálogo em 2016, em continuidade ao que já foi iniciado no segundo semestre de 2015. Uma vez que exista uma Estratégia Nacional para REDD+ aprovada, as reuniões terão poder de decisão e isso requer preparo técnico da parte de todos os atores envolvidos.
Acesse aqui a ajuda-memória completa da reunião.
Clique nos links para fazer o download dos slides apresentados:
Agenda:
10:00 – 10:30             
Abertura
Francisco Gaetani, Secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente, MMA
Carlos Guedes, Secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, MMA

10:30 – 12:00             
A agenda florestal e a iNDC do Brasil
Carlos Klink, Secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental
12:00 – 14:00             
Almoço
14:00 – 16:00            
Instrumentos econômicos e financeiros para a efetiva promoção da mitigação e adaptação a mudança do clima
Ana Luiza Champloni, Secretaria de Política Econômica, Ministério da Fazenda
Marco Aurélio Araújo, Secretaria de Assuntos Internacionais, Ministério da Fazenda
Iniciativas de representantes estaduais:
Contribuições do Estado do Rio de Janeiro para a promoção da mitigação e adaptação às mudanças do clima
Rio de Janeiro
Pagamentos por Serviços Ambientais no Paraná
Paraná
Sistema Estadual de Incentivo a Serviços Ambientais (SISA)
Acre

16:00 – 18:00             
As negociações internacionais sob a UNFCCC e as posições brasileiras para a COP-21
Felipe Ferreira, Ministério das Relações Exteriores 18:00                          
Encerramento
Leticia Guimarães, Gerência de Mudança do Clima e Florestas, MMA Faça aqui o download da lista de presença.

São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Bahia, Pará e Acre discutem redução da emissão de gases.

Por: Lucas Tolentino - Editor: Marco Moreira
 
O governo federal e os Estados atuarão de forma conjunta para frear o aquecimento global. A equipe do Ministério do Meio Ambiente (MMA) reuniu-se, nesta quinta-feira (05/11), com representantes de secretarias ambientais de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Bahia, Pará e Acre para discutir questões ligadas às mudanças climáticas e medidas de redução de emissões de gases de efeito estufa.

O objetivo é alinhar ações para que o Brasil atinja as metas de redução de emissões, assumidas perante a comunidade internacional. Em dezembro, o País vai se reunir, em Paris, com as mais de 190 nações signatárias da Convenção de Clima das Nações Unidas para definir o novo acordo global de redução de emissões. Antes disso, no entanto, o Brasil já anunciou a meta própria de diminuir 37% das emissões até 2025 e 43%, até 2030 - ambas em comparação aos níveis de 2005.

DIÁLOGOS
O secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Carlos Klink, afirmou que a atuação com os Estados é necessária para o cumprimento da meta brasileira. “É preciso abrir diálogos estruturantes em agendas municipais ligadas a temas como água e resíduos sólidos”, exemplificou. A aproximação com os entes federados vai se tornar maior agora no sentido de construir uma agenda comum na área ambiental. O secretário-executivo do MMA, Francisco Gaetani, defendeu o envolvimento do maior número de órgãos possível nas questões ambientais. “Não deve haver mais diálogos separados nem unicamente bilaterais”, afirmou. “Para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono sem perspectivas predatórias, é importante tratar o assunto com elevado grau de convergência.”  
SAIBA MAIS
Apesar de considerado natural, o efeito estufa tem aumentado nas últimas décadas e gerado as mudanças do clima. Essas alterações são fruto do aumento descontrolado das emissões de substâncias como o dióxido de carbono e o metano. A liberação desses gases na atmosfera ocorre por conta de diversas atividades humanas, entre elas o transporte, o desmatamento, a agricultura, a pecuária e a geração e o consumo de energia. Com o objetivo de frear os prejuízos verificados, foi criada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), que conta com mais de 190 países signatários. Todos os anos, representantes de todas essas nações se reúnem na Conferência das Partes (COP) para elaborar metas e propostas de mitigação e adaptação e para acompanhar as ações e acordos estabelecidos anteriormente. Firmado em 1997 no âmbito da UNFCCC, o Protocolo de Kyoto obriga os países desenvolvidos a diminuir em 5% as emissões com base nos dados de 1990. Mesmo estando fora desse grupo, o Brasil assinou voluntariamente o documento e definiu metas próprias de redução. O Protocolo vigora até 2020, quando será substituído pelo acordo que as Partes pretendem assinar no fim deste ano, na COP 21, em Paris.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – (61) 2028.1165

 

 
 
 
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