Domingo, 10 Julho 2016 21:00
Brasil facilitará negociações para frear o aquecimento global
Escrito por Jose Erik Brito Pereira - EstagiárioO País presidirá o grupo que tentará resolver o impasse da diferenciação entre países ricos e pobres no novo acordo climático
Por: Lucas Tolentino, enviado especial a Paris - Editora: Camilla Valadares
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, vai liderar um dos grupos formados com o objetivo de destravar as negociações do novo acordo climático. Diante dos impasses nas negociações, o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, criou quatro grupos para resolver os pontos polêmicos que estão em discussão na 21ª Conferência das Partes (COP 21), em Paris. A Cúpula, que ocorre até o fim desta semana, tem como missão terminar com um novo pacto mundial de corte de emissões de carbono.
A escolha do Brasil para presidir um dos comitês de facilitação reafirma o papel de destaque do País na agenda climática. “O Brasil é estratégico na Convenção (das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) e extremamente respeitado”, afirmou Izabella. A ministra ressaltou a postura proativa da delegação nacional. “O governo francês fez uma progressiva consulta sobre diversos temas e o Brasil também foi facilitador nesse processo”, acrescentou.
DIFERENCIAÇÃO
O grupo presidido pelo Brasil vai se dedicar à diferenciação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento no que diz respeito às obrigações com a redução de emissões de gases de efeito estufa. No ano passado, o País já havia sugerido que as nações tornassem seus compromissos mais ambiciosos à medida que aumentassem o seu desenvolvimento. “A proposta foi muito bem recebida e está sendo considerada quanto à ideia de progressividade”, explicou a ministra.
Para o novo acordo que está em discussão, 186 países já apresentaram, ao longo do ano, percentuais do quanto estão dispositivos a reduzir emissões de suas economias. Juntas, essas metas devem ser capazes de limitar o aumento da temperatura média global em até 2ºC. “Nunca houve tantos governos engajados na questão. A COP 21 está fazendo uma ruptura”, analisou Izabella. “Agora, é preciso juntar tudo e construir um acordo em cima disso.”
SAIBA MAIS
Apesar de ser um fenômeno natural, o efeito estufa tem aumentado nas últimas décadas e gerado as mudanças do clima por conta do aumento das emissões de gases como o dióxido de carbono e o metano. A liberação dessas substâncias na atmosfera decorre de diversas atividades humanas, entre elas o desmatamento, a agricultura e a geração e o consumo de energia.
Com o objetivo de mudar esse cenário, foi criada a Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), que conta com 195 países signatários. Todos os anos, representantes de todas essas nações se reúnem na Conferência das Partes (COP) para elaborar metas e propostas de mitigação e adaptação e para acompanhar as ações estabelecidas anteriormente.
O que está em debate nesta edição COP (21) é um acordo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa nas economias mundiais. O Brasil já vem mostrando resultados. Até 2020, o País cumprirá a meta de redução entre 36,1% e 38,9% das emissões de carbono. Depois de 2020, ano em que deverá começar a valer o Acordo de Paris, o Brasil reduzirá 37% das emissões até 2025 e 43%, até 2030. Ambos os objetivos têm como base o ano de 2005.
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